Uma Questão de Sorte? Estagiários de Jornalismo
sexta-feira, novembro 21, 2003
 
 
  reportagem: estágios

Redacção do New York Times - não muito diferente da do Público ou DN a nível de aspecto.

Uma questão de sorte?

Quatro jovens exemplificam o que se passa nos estágios em jornais de referência hoje, e o que se passou muito recentemente. A entrada em jornais de referência parece estar de momento "atrofiada" e o mercado de trabalho para estes jovens licenciados é um problema que ainda há uns anos não era tão acentuado. Hoje é tudo uma questão de sorte…
Por JOÃO TOMÉ

[reportagem de Março de 2001] - Cadeira de Géneros Jornalísticos, docente: Mário Mesquita

> Um diplomado do ensino superior demora, em média, seis meses a encontrar o primeiro emprego. A área da “Informação e Jornalismo” está no topo das áreas com maior taxa de desemprego. Um mês após a conclusão do curso, 50% dos jovens licenciados nesta área não tem qualquer emprego.
Em comparação, na área de “Informática” apenas cerca de 20% dos jovens está sem emprego no primeiro mês e na área da “Saúde” 19%. Seis anos depois da conclusão dos cursos 5% dos jovens licenciados em Jornalismo continuam sem encontrar trabalho, constituindo uma das piores áreas neste aspecto. “Informática”, por exemplo, após seis anos de conclusão do curso tem 0,5% e “Saúde” 0,4%, de taxas de desemprego.

Estes dados foram obtidos pelo primeiro Inquérito Nacional a debruçar-se sobre o Percurso dos Diplomados do Ensino Superior, genericamente designado por ODES que conclui que as áreas de “Informação e Jornalismo” e de Humanidades, são as piores para se arranjar emprego em Portugal. A alternativa dos jovens licenciados passa por seguir empregos que nada têm a ver com o curso que tiraram.
No seio de redacções de jornais de referência como o Diário de Notícias (DN) e o Público verifica-se, na prática, um cenário que se considera negro para os que querem entrar nesse mercado de trabalho, que é o Jornalismo. Cheios de esperanças, sonhos e vontade de mostrar serviço os estagiários preenchem lugares de autêntica servidão para com um patrão pobre e mal agradecido.

Jornais de referência - os estagiários
Num jornal de referência como o DN, ou o Público, os estágios atribuídos são estipulados por regras à partida.
No DN, quando se entra na redacção, sente-se um ambiente normal dentro dos parâmetros jornalísticos, distingue-se um cheiro a papel e muita agitação. Os computadores parecem ser velhos e entre os jornalistas predominam os de idade mais avançada. “Os estágios são de três meses, não são remunerados e existem duas folgas por semana, trabalham segundo o horário normal e como é óbvio não se dá emprego a ninguém”, disse José António Santos, o Director adjunto do DN, que é um dos responsáveis pelos jornalistas na redacção, nomeadamente os estagiários. António Santos fala neste estágio como um “mergulho na redacção”, onde se verifica a orientação de um jornalista sénior que nem sempre tem tempo para explicar ao estagiário as regras e normas internas.
Os estagiários no DN são aceites por um protocolo com as faculdades ou por iniciativa própria da pessoa, mas esses casos são raros. “No final do estágio atribuímos um certificado de estágio, que não tem nota, e cada estagiário faz um relatório com criticas e sugestões, muito raramente fica um estagiário, é uma questão de sorte, só mesmo quando há vagas, o que não acontece há já algum tempo” argumentou o Director adjunto do DN.


"No DN é dificil assinar" [facto na altura, mas agora, em 2003, foi no DN, secçao de Sociedade, onde verifiquei os estagiários assinarem com maior frequência e responsabilidade, no período de Verão]
Há umas décadas atrás, segundo José António Santos, não havia cursos de comunicação social, quem quisesse vinha para as redacções e fazia lá a sua aprendizagem. Nos anos 70, diz, havia um estágio de dois anos que era remunerado. “Aprendíamos a profissão na prática, fazendo, sendo auto didactas e entravámos na profissão por conhecimentos. Foi como entrei, comecei por atender chamadas” acrescenta António Santos.

Joana Peralta é uma estagiária de 22 anos, alta, loura, de olhos azuis e de aparente calma, destaca-se na redacção pela sua juventude. Ela é uma das estagiárias do DN, sim, porque a maioria dos estagiários na área de Informação e Jornalismo são raparigas ou não fossem os rapazes uma minoria nestes cursos. Joana vem do curso de comunicação social do ISCSSP, está na secção de Sociedade e apenas a uma semana de acabar o seu estágio.
A sua entrada no DN ocorreu devido a ter enviado um currículo, após ter terminado o curso, e foi assim admitida para estágio. “A redacção é uma quantidade de gente toda junta que têm mais que fazer, por isso, quem se encarrega de nos ensinar são os estagiários que estão de saída. Para mim pareceu-me um ambiente frio” disse Joana que com o tempo se foi adaptando. Numa entrevista inicial com um editor adjunto, ela percebeu logo ao que vinha: “disse-nos logo à partida que não havia hipótese de cá ficar, que devíamos assinar 3/4 peças e de resto faríamos breves”.

Nas dificuldades iniciais o próprio sistema informático foi o primeiro entrave, de nome ATEX [já não é o mesmo], é bastante diferente do que os jovens estagiários estão habituados. Para Joana Peralta o trabalho, mesmo aquele não assinado (as breves), tem responsabilidade porque: “as pessoas só sabem aquilo que nós queremos”. “Aprendi tudo aquilo que não aprendi na escola, que foi praticamente tudo em jornalismo, nunca tinha elaborado uma noticia, aprendi cá muito”, referiu Joana algo desanimada. Quanto mais para o fim do estágio mais confiança lhe foi conferida e agora, uma semana antes do final do estágio, tem três noticias realizadas. A de maior responsabilidade, um artigo sobre farmácias, apareceu na primeira página do DN, tal como diz, “Vão-nos dando cada vez mais liberdade e a responsabilidade vai aumentando, o que é bom!”.
Os jornalistas sabem tudo e os estagiários muito pouco, segundo Joana, os jornalistas têm pouco tempo e pouca paciência para ajudar, mas quando é preciso até tentam. Com os outros estagiários ela sentiu uma grande entreajuda e nenhuma concorrência, “saímos daqui todos amigos”.

“Quem vem para aqui, tem de vir para trabalhar e fazer com que o estágio seja bem sucedido”, explica Joana que vê o seu estágio com um certo sucesso visto ter entrado a fazer breves e sair com uma noticia de abertura do jornal, o que considera ser um bom cartão de apresentação para outras empresas. “O mercado está difícil, mas tenho de aceitar as oportunidades que surjam, mesmo que não seja no jornalismo. Ainda não tenho perspectivas futuras, apesar do estágio estar a acabar”, referiu a jovem que gosta muito de jornalismo, mas que tenta agora também se especializar em relações públicas, publicidade e marketing, como alternativas ao mercado saturado do jornalismo.

"Não se ganha absolutamente nada"
Ela também considera a condição de estagiário extremamente precária, pois não se existem qualquer tipo de ganhos ou subsídios financeiros no DN [ainda hoje se mantém a situação], nem subsídios de alimentação ou transporte, “é normal nos jornais mais conhecidos, explorar-se os estagiários, mas ser estagiário é um investimento para o nosso futuro, do nosso bolso, do nosso corpo e da nossa cabeça”. São três meses em que ela se deslocou do Barreiro (onde mora), para Lisboa, trabalhando desde as 10h, até às 21horas sem ganhar um euro.
Para a Joana “não é justo, porque a única recompensa pelo trabalho que se tem é ver o nome no jornal”. Aponta dois factores para se ficar no jornal: “o factor C e o S, Cunha e Sorte, isto porque é preciso ter sorte de que alguém saia e cunha para apostarem em ti”, referiu demonstrando que o valor fica muitas vezes para segundo plano.

A jornalista que já foi estagiária
Maria José Margarido é uma jornalista efectiva, no DN. Entrou em 1994 como estagiária, proveniente do curso de Ciências da Comunicação, da Nova de Lisboa. Actualmente com 30 anos é uma pessoa muito activa que se destaca por falar de forma muito colocada e energética e também por fumar quase ininterruptamente. O seu primeiro mês foi muito difícil, pois não confiavam muito nos estagiários e não tinham tempo para os ajudar. “Era muito difícil darem-nos trabalho, no inicio tive duas semanas a ler jornais”, referiu Maria José, que se iniciou na secção da Política. Nos dois meses seguintes teve na secção do Regional e aí pode fazer cerca de 10/12 noticias assinadas, sendo muito mais gratificante para ela e que contrasta com a experiência actual, de Joana Peralta.

“Acho que aprendi tudo de novo, vínhamos com uma preparação bastante pouco real da faculdade, temos de estar receptivos para aprender e ser um pouco autodidactas, observar muito os outros” referiu, criticando o seu curso de na altura ser muito teórico e muito pouco prático. “Há uma ala no DN que acha que os estagiários não devem assinar em altura alguma e outra que acha que devem assinar às vezes, mas o que nós levamos daqui são as páginas que assinamos, já que não temos qualquer remuneração” argumentou a jornalista que disse ser uma questão de sorte pela “ala” que se encontra pela frente.

A entreajuda entre os estagiários também era positiva, mas havia na altura um conservadorismo maior dos jornalistas. Depois teve a sorte de haver falta de estagiários e de renovarem-lhe o estágio por mais três meses, uma coisa que agora, diz, já não acontece. Maria José continuou sem ganhar nada. Depois mais tarde teve a sorte de uma pessoa que fazia uma página de imobiliário ter-se ido embora e apostaram nela, por estar dentro do assunto, para continuar lá, durante bastante tempo continuou sem retribuição mas, como diz, “é uma questão de sorte, tive a sorte de ser a pessoa que estava cá e alguém se ter lembrado de mim”. Dois anos mais tarde com a saída de uma pessoa na Sociedade conseguiu entrar para o quadro do jornal.

"É escravidão autêntica!"
Se não tivesse ficado no jornal ela tentaria mais estágios. “Já vi aqui estagiários com grande talento e valor que não podiam ficar só porque não havia vaga, na altura em que cá cheguei havia muita gente a recibos verdes, agora já não há” referiu Maria José que criticou o facto de quando aparece uma vaga, nem que seja no site do DN, utiliza-se quem lá está e não quem teve lá e tem mais valor, no seu entender é um erro. “Nos estágios é completamente injusto, porque as pessoas deviam de ser remuneradas porque se fartam de trabalhar, e é uma mão de obra barata, é escravidão autêntica!”, contestou a jornalista que salienta o papel que as faculdades deviam ter para haver remuneração.


No Público
Na redacção do Público respira-se um ar mais puro que no DN, tudo é mais novo desde o material ao espaço e especialmente aos jornalistas. São poucas as caras de maior idade, mesmo responsáveis como António Granado, subdirector responsável pelos estagiários e professor em Coimbra, não costumam passar da casa dos 40. António Granado tenta ter uma relação bastante “leve” com os estagiários, mas admite também ter pouco tempo para os ajudar, essa tarefa no Público pertence aos editores das secções.
“O mercado está saturado, não basta ser bom, isso conta pouco, mas acredito que quem é muito bom, mais tarde ou mais cedo acaba por conseguir, é preciso é dedicação, paciência e sorte, muita sorte”, referiu o jornalista que sabe as esperanças que os seus jovens alunos têm e as desilusões que depois encontram na realidade jornalística. “A primeira coisa que digo aos estagiários é que não há hipótese nenhuma de cá ficarem, há dois anos que não entra ninguém no Público e já vi aqui pessoas com muita qualidade, simplesmente não dá”, explicou o subdirector que revela alguma tristeza por esse facto.
No Público os estagiários não são remunerados, mas têm um subsidio de alimentação e transporte, além disso, os estagiários são postos logo na primeira semana a trabalhar em noticias e a assiná-las, explica António Granado.

"As minhas ideias eram benvindas" [esta rapariga chegou a conseguir colaborar com o Público, ocasionalmente, depois teve cerca de 6 meses no Mil Folhas (a colecção de livros), e recentemente trabalhou para a sua faculdade em investigação jornalística uns meses. Trabalhos de um curto período de tempo]
Marisa Torres da Silva foi estagiária do Público, tendo saído há uns meses. De acordo com António Granado foi uma das melhores estagiárias a trabalhar lá em 2001. Marisa, de 22 anos, tal como Maria José Margarido vem do curso de Ciências da Comunicação da Nova de Lisboa, e foi a melhor aluna a sair do curso no ano passado, com uma média impressionante de 17 valores. A comissão de estágios é quem trata de tudo e ela como melhor aluna pôde escolher o estágio que pretendia, o Público foi o escolhido, infelizmente para ela não ficou mesmo no jornal.

“Cheguei ao jornal para uma reunião, às 10h, conheci os meus colegas estagiários, e depois chegou o António Granado e levou-nos ao café para falarmos sobre a nossa entrada. A primeira coisa que nos disse foi que não podíamos lá ficar, tirou-nos logo as esperanças de lá permanecer” referiu Marisa que acrescenta já estar um pouco a contar com isso. Marisa ficou na secção da Cultura, a sua preferida, achou a integração bastante fácil e aprendeu logo a fazer breves, cartazes e a tratar fotografias. No terceiro dia fez a sua primeira noticia, foi uma sobre uma exposição de cartoons, “no Público põem logo os estagiários a trabalhar no terreno e a assinar”.
“Desde o inicio ao fim do estágio todos foram impecáveis e as minhas ideias foram sempre benvindas”, disse a jovem que assinou 9 artigos no primeiro mês. No seu segundo mês, teve mais coisas para fazer e recorda uma entrevista que realizou a um designer alemão com algum destaque.

Foram-lhe dando grandes responsabilidades e em Outubro, o seu terceiro mês, foi a Veneza fazer a cobertura do lançamento do novo álbum do Andrea Bocelli. Como estagiária ficou muito contente com a confiança dada e como resultou bem uma colega estagiária foi de seguida a Londres, às gravações do álbum do Luís Represas. “É gratificante, como estagiária, sentir que apostam em nós: entrevistei também a Maria João Pires e o trabalho não parou”, enalteceu Marisa entusiasmada. Por tudo isto ela considera o seu estágio muito bem sucedido, “fiquei a colaborar no Público depois do estágio, para mim foi uma grande realização pessoal porque são raros os casos, apesar de não ter ficado lá foi um voto de confiança que me deram”.
Como colaboradora Marisa não tem grande estabilidade financeira, é paga à peça e não dá para sobreviver disso. Passados seis meses de terminar o curso a jovem, com um currículo invejável onde se encontram especializações em música, dança, línguas como inglês, francês, espanhol, enviou dezenas de currículos. Foi chamada para três entrevistas mas acabavam por pedir mais experiência para áreas de edição.

Agora vai tentando outras áreas, como comunicação institucional, pois como diz: “o mercado jornalístico está totalmente cheio”. Marisa parece desanimada mas promete não desistir, relativamente aos estágios nestas condições, contesta: “é injusto não haver remuneração, no Público apenas recebíamos subsidio de alimentação e transporte (30 contos) a recompensa era termos noticias para o currículo, mas somos explorados! Só se entra no mercado com muita sorte!”.

O jornalista outrora estagiário
Ricardo Dias Felner é um jovem jornalista caldense de 26 anos, licenciado do curso de Jornalismo da Universidade de Coimbra. É um homem alto e magro e de fácil conversa. Entrou em estágio no Público em 1998 devido a protocolos que a sua Universidade tinha com o jornal. Para ele, o curso foi muito prático e isso deu-lhe boas bases.

Depois de uma reunião com o director ficou na secção da Política e foi bem recebido, havia um bom ambiente apesar de, “um estagiário ser um corpo estranho que entra e fica-se no inicio um pouco à margem”. Começou logo, tal como Marisa, a assinar peças e a sair para o terreno, no inicio na companhia de jornalistas. Felner não sentiu muitas dificuldades, “senti apenas algum nervosismo e ansiedade de quem não sabe se as pessoas estão a gostar do seu trabalho, esta profissão tem muito pouco feedback ao contrário do que as pessoas possam pensar e o estagiário vive um pouco nesta ansiedade”. Ricardo Felner explicita também que não necessitou de ter muito contexto político para desempenhar as funções assinando sempre no jornal, foram dezenas de vezes durante o estágio.

“O progresso que fiz foi na forma como fui escrevendo os artigos, temos no inicio tendência a pôr demasiados preciosismos, apurei a técnica jornalística, tornei-a mais objectiva e menos redundante. Mas fiz coisas no estágio que hoje não faria melhor”, referiu o jornalista acrescentando que se preocupava muito com o que escrevia. Sentiu-se sempre acompanhado, mas o seu editor estava sempre muito ocupado. Com o decorrer do seu trabalho ele realizou trabalhos de maior responsabilidade, por isso considera o seu estágio como bem sucedido.

"Tanto podes ficar, como não"
Ao contrário dos estagiários hoje a Ricardo Dias Felner, o director disse-lhe no inicio que tanto podiam ficar ou não ficar. Havia sempre a esperança de ficar naquela altura e foi mesmo no fim do estágio que Felner soube que ficava no jornal, acabou por nunca enviar currículos para mais nenhum lado.

“É injusto o estagiário não receber, porque contribui para a produção do jornal, se a pessoa tiver iniciativa pode escrever todos os dias” criticou o jornalista. “Conta muito a sorte, se não tens a sorte de estares no momento certo, no lugar certo, não há nada a fazer. Por exemplo, neste momento o jornal não está a dar emprego a jornalistas credenciados porque não pode pagar”, explicou Ricardo Felner que confessa que na actual conjuntura não entraria no jornal. “Neste momento as perspectivas são muito más no mercado jornalístico, agora verifica-se uma redução do pessoal nos sites, após o boom que houve há uns anos e isto é mau para todos, os desempregados, os estagiários (mão de obra barata) e os que trabalham perdem o poder de reivindicação por melhores salários” argumentou Ricardo Felner, que pensa que o patrão assim fica com todo o poder na mão.

As diferenças entre DN e Público são claras e demonstram por um lado um jornal tradicional e conservador que não renumera os estagiários nem com subsídios (o DN), e por outro um jornal mais moderno com uma mente mais aberta e dinâmica em relação aos estagiários (o Público). Em comum têm o facto de não estarem, há já algum tempo, a integrar ninguém nos seus quadros. No meio de tudo isto são os sonhos e esperanças destes jovens que ficam pelo caminho, apenas porque não tiveram a sorte que calhou a alguns, há uns anos.
O panorama é preocupante para os jovens portugueses que sonham em vir a trabalhar em jornais de referência como o Público ou o DN. Centenas de licenciados, na maioria raparigas, saem todos os anos de cursos de jornalismo em busca do fruto proibido. Cada vez têm menos hipóteses de ficar nos sítios onde fazem os estágios e começam cada vez mais a pensar noutras áreas circundantes ao próprio jornalismo. É um futuro pouco risonho para uma geração que parece depender demasiado da sorte e não tanto do talento…

FIM




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COMENTÁRIOS

[reportagem de Março de 2001] - 3.º ano do curso de Ciências da Comunicação, da Universidade Nova de Lisboa. Cadeira de Géneros Jornalísticos, docente e orientador:
Mário Mesquita]

Agradeço ao António Granado e ao José António Santos (actualmente - 2005 - na Lusa) pela paciência e grande ajuda a um jovem que ainda não percebia nada de jornalismo quando realizou esta tentativa de reportagem e, claro, aos quatro jornalistas, qualquer um deles prestável e uma ajuda preciosa para eu e os meus colegas do curso percebermos um fenómeno que desconheciamos bem por dentro. Esta reportagem já está, de certa forma, desactualizada, mas muitos dos pressupostos dela mantêm-se actuais e pertinentes. A área de jornalismo está, de facto, caótica e muito difícil para quem quer trabalhar nela. É preciso aprender a 'engolir muitos sapos', a bater a muitas portas e estar pronto para lutar naquilo em que acreditamos - e mesmo assim não basta. Ser audaz, determinado e sociável - neste sociável eu falho um pouco - e esperar que a sorte ajude também.

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ACTUALIZAÇÕES

[Agora (2004 e 2005) já não existem tantas diferenças entre os jornais - aliás o DN, com a recente remodelação deixou entrar 'devagarinho' alguns estagiários, num curto espaço de tempo. No Público continua a ser impossível, a não ser nas colecções do marketing, enquanto no DN continua a não se pagar estágios mas existe uma mente mais aberto e um espírito mais jovem na redacção - com a renovação.]

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[Novembro 2004 - Estou neste momento a realizar um estágio no Público, uma boa opção a nível de aprendizagem uma má opção a nível de futuro na profissão. Antes estive três meses muito intensos e ricos na Rádio TSF. Estou na secção de Desporto - onde já consegui projectar e elaborar um DESTAQUE do jornal, sobre segurança no Euro 2004 (mais relacionado com os adeptos ingleses) - e também colaboro com a secção Nacional e o suplemento Y, de cinema e música, onde já realizei entrevistas e notícias.]

 
Estagiários em jornalismo procuram um lugar no meio, com obstáculos difíceis de contornar. Jornalistas outrora estagiários conseguiram o que ambicionavam numa época mais favorável. Este registo é de aprendizes de jornalistas... para todos. João Tomé

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